segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Nina e o bichinho da irritação

 


Nina e o bichinho da irritação

 

Nina era uma menina muito querida, sorridente e sempre cheia de amigas por perto. Um dia precisou mudar de escola e lá não tinha mais tantas amigas. De repente começou a sentir algo estranho no estômago, como se fosse um bichinho toda vez que queria algo e não conseguia.

Aos poucos, sem querer querendo, começou a alimentar esse bichinho dentro dela. Começou a implicar com os colegas, dar apelidos, mas isso ao invés de acalmar o bichinho mais o alimentava. E Nina que era uma menina alegre e querida, passou a ser a menina chata e implicante que ninguém queria por perto.

A alegria virou tristeza que muitas vezes virava raiva. E Nina já não sabia o que sentia, continuava a agir sem pensar e ao invés de ter belas amizades como antes passou a afastar as pessoas de perto dela.

Até que um dia chegou Margô, com seu sorriso largo e cativante disse para Nina: - sabe que quando você chama alguém por um apelido que a pessoa não gosta, você a congela com esse nome?

Nina, toda orgulhosa respondeu: - então, sou poderosa, posso congelar as pessoas, e começou a apontar o dedo ao redor e apelidar a todos. E de repente todos se congelaram no que ela dizia: Joana virou uma cenoura (já que ela a chamava de cenourinha por causa do cabelo em tons de ruivo). Já Manuel virou um grande olho, já que ela o chamava de zoiúdo, por causa dos óculos e assim aconteceu com todos ao redor. Num primeiro momento ela ficou rindo, mas de repente, se viu sozinha, sem ninguém para interagir. E a solidão apertou seu coração. Chorou e as lágrimas limparam seu semblante e sua mente se desanuviou.

- Eu quero que todos voltem. Quero meus amigos de volta! Lamentou Nina chorando.

Margô repetiu sua frase em tom de pergunta: - Quer seus amigos de volta?

- Simmmm.

- Então, que tal ao invés de apelidar você passe a tratá-los com gentileza?

- Eu achava mais divertido ver a irritação deles, mas não me dava conta que isso podia chateá-los. Então, percebeu que o bichinho que estava dentro dela saiu e se transformou numa luz – numa estrela sorridente.

- O que é isso? Perguntou Nina assustada.

Margô respondeu: - Isso era o bichinho da irritação. Eu sei pois já tive um. E um amigo me ajudou assim, como quero ajudar você. Sei que tem muitas coisas que nos irritam e acabamos descontando nos outros.

- Aprendi que não preciso irritar meus amigos para me sentir melhor, mas sim brincar e me divertir juntos com eles.

- Que tal de agora em diante a gente se divertir com nossos amigos ao invés de irritá-los?

Nina refletiu e um grande sorriso que antigamente brilhava no seu rosto, voltou a iluminar seu dia e o bichinho da irritação agora transformado numa estrela brilhante iluminando seu caminho, começou a ajudá-la a lidar com sua irritação. Ele até sugeriu algumas ações para os momentos que a irritação começasse a aparecer. Afinal, ele gostava mais de ser estrela e voar por aí do que ser um bichinho trancado no estômago dela irritado e querendo magoar os outros.

- Vamos lá! Disse a agora estrela brilhante e sorridente: – se a irritação quiser chegar comece a respirar devagar. Se a calma ainda demorar, aguarde um tempo, seja tomando água ou movimentando o corpo. Não deixe a irritação te controlar. Seja você o dono das suas vontades. Você consegue, acredite em você! Porque todos nós acreditamos em você!

 

Autoria: Andrea dos Santos Leandro – 20 Set 2024

Facilitadora de Círculos de Construção de Paz

Autora de Contos Infantis


Conto criado para Círculos de Construção para desenvolver um relacionamento saudável e respeitoso com os colegas

Sugestão de Perguntas Norteadoras:

  1. O que do conto te chamou atenção e por quê?
  2. O que te deixa desconfortável ou incomodado na sala de aula/escola?
  3. Que atitudes você gostaria que seus colegas tivessem com você para se sentir acolhido e respeitado?
  4. Que atitudes você pode ter para agir de forma mais amigável e acolhedora com seus colegas?
  5. Tem algum colega/pessoa da escola ou da sua comunidade que você admira e por quê?


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